Mortalidade embrionária precoce
O ato da fecundação – que ocorre logo após a ovulação, na entrada do oviduto – é o início de uma nova vida. A partir desse momento esta ‘vida’ tem duas opções: continuar … ou morrer.
Como o embrião consiste em células vivas, o mesmo destino se aplica a elas. As células podem continuar se dividindo e se diferenciando (para formar diferentes órgãos e tecidos) ou – se as condições se tornarem desfavoráveis - podem morrer.
No momento em que um ovo é posto, o embrião já consiste de 30 a 60.000 células. A morte de alguns deles – por exemplo, em condições de armazenamento prolongado ou abaixo do ideal – não significa necessariamente a morte do embrião inteiro. Tratamentos térmicos periódicos e bem organizados durante o armazenamento dos ovos podem ajudar a reconstruir estruturas em deterioração e prolongar a viabilidade do embrião.
Supondo que o óvulo foi fertilizado, o embrião pode morrer antes do início da incubação ou durante esse processo. Nem sempre é feita uma distinção nítida entre essas duas fases, mas isso deve ser feito para que a causa do problema seja identificada. A quebra de “clareiras” pode ajudar a responder à pergunta “Quando o embrião morreu: antes ou durante a incubação?”
Os ovos, sejam eles incubados na natureza ou em cativeiro, devem esperar até que a incubação comece e, durante esse tempo, os embriões permanecem em diapausa (desenvolvimento suspenso).
Um embrião é uma estrutura delicada, muito suscetível a danos. A qualidade do germe é afetada por muitos fatores biológicos, incluindo genética, estado de saúde do rebanho reprodutor, nutrição, higiene, resfriamento após postura e estresse. A mortalidade precoçe pode resultar de impactos físicos, como choques mecânicos, mudanças rápidas de temperatura, desidratação, infecções e produtos químicos. Fatores relacionados à granja de matrizes, como método e frequência de coleta de ovos, método de resfriamento dos ovos após a oviposição, qualidade e estabilidade do ambiente durante o armazenamento e transporte, todos desempenham um papel. Portanto, o ovo para incubação deve ser tratado como um organismo vivo e delicado. O manuseio descuidado, desinfecção excessiva, mudanças rápidas e grandes nas condições ambientais devem ser evitados.
O início da incubação é um novo desafio. As fases claras do desenvolvimento do embrião durante os primeiros dias de incubação permitem apontar com precisão o momento da mortalidade. A temperatura é realmente o único fator que conta neste momento.
A divisão e diferenciação celular começam a cerca de 28 ° C (82 ° F). Uma temperatura do embrião acima de 105 ° F (quase 41 ° C) – se durar muito tempo – terá um efeito letal. Uma temperatura do embrião de cerca de 100 ° F (38 ° C) é considerada ótima.
A morte embrionária precoce, mesmo se ocorrer durante os primeiros dias de incubação, geralmente pode ser atribuída a problemas antes do início real da incubação. No entanto, as condições térmicas durante a incubação inicial em si também podem desempenhar um papel, como um ponto de ajuste incorreto, aquecimento muito lento ou muito rápido ou uniformidade pobre causada pelo funcionamento inconsistente do equipamento ou daqueles que o operam.
Observações:
+ Trate os ovos incubados como organismos vivos.
+ Analisar os fatores que determinam a qualidade dos ovos antes da colocação: situação do rebanho reprodutor, coleta de ovos, desinfecção, transporte e armazenamento.
+ Considere a possibilidade de aplicar um tratamento térmico e girar durante o armazenamento prolongado.
+ Quebre alguns ovos para verificar o estado dos germes antes de colocá-los. Identifique os verdadeiros ovos inférteis.
+ Para verificar o nível de fertilidade e mortalidade precoce, verifique os ovos por desagregação durante a fase inicial de incubação (7 a 10 dias).
+ Assegure os pontos de ajuste de temperatura corretos no início da incubação e mantenha a máquina fechada para evitar a formação de pontos frios e quentes
Maciej Kolariczyk Especialista sênior em incubatório